quarta-feira, 29 de setembro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
E as coisas se ajeitam de um jeito tão caótico, e já tudo que eu faço me parece tão robótico
Sinto falta de sua blandícia e de como costumava alinhar as ideias em minha cabeça, de como costumava ser conforto e dizer amabilidades. Minhas funções cognitivas parecem desordenadas, acho que meu cérebro se acostumou a dependender de ti e agora parece que perdi a razão, falta lógica e coerência. Sinto-me desconectado das coisas ao meu redor, buscando em outros ares qualquer tipo de codependência semelhante, buscando a mesma blandícia que me faz falta. Busco planos alternativos e rotas de escape, qualquer coisa para não encarar que eu dependo demais de você.
Mas, no final, tudo se resume ao fato de eu não ter a tal porcaria da auto-estima.
Efeito placebo
Estou aceitando qualquer pseudo felicidade, qualquer fortuito que engane meu cérebro, qualquer coisa para me iludir. Qualquer mentirinha que me faça achar tudo mágico e distante.
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sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Só terei olhos para o seu desmanchar
"Meu juízo, mais do que você, que tem me mostrado os dentes".
Fera caquética da eternidade em asilo forçado, minha mente era um emaranhado de correntes que foram aos poucos sucumbindo ao pesar do tempo. Não escuto mais meus pensamentos, apenas o ranger de dentes da criatura que se prepara para devorar tudo que encontrar pela frente, esperando a última das correntes cair. Mas enquanto ela mostra os dentes para mim, eu os mostro também. O titã assustador, o parasita, precisa tanto de mim quanto eu preciso dele. Preciso dele...
E é porque pessoas razoáveis, pessoas sensatas, são uma vergonha. Eu me orgulho dessa fera, e a trato bem, porque ela me tira da realidade que eu tanto odeio. A fera é companhia, é o animal de estimação que eu tanto pedia, mostro os dentes para convidá-la a brincar comigo.
E dessa forma eu busco fazer algo de expressivo, busco nesse amigo algo que me faça diferente, busco abordar a realidade de uma forma tão utópica e onírica que seria incompreendido pelas outras pessoas. Busco ser incompreendido, e ter apenas nesse amante imaginário alguém que me compreenda; uma companhia eterna no íntimo de meu cérebro. Sem abandono, sem calafrio...
A fera mostra os dentes, e ela sorri.
Fera caquética da eternidade em asilo forçado, minha mente era um emaranhado de correntes que foram aos poucos sucumbindo ao pesar do tempo. Não escuto mais meus pensamentos, apenas o ranger de dentes da criatura que se prepara para devorar tudo que encontrar pela frente, esperando a última das correntes cair. Mas enquanto ela mostra os dentes para mim, eu os mostro também. O titã assustador, o parasita, precisa tanto de mim quanto eu preciso dele. Preciso dele...
E é porque pessoas razoáveis, pessoas sensatas, são uma vergonha. Eu me orgulho dessa fera, e a trato bem, porque ela me tira da realidade que eu tanto odeio. A fera é companhia, é o animal de estimação que eu tanto pedia, mostro os dentes para convidá-la a brincar comigo.
E dessa forma eu busco fazer algo de expressivo, busco nesse amigo algo que me faça diferente, busco abordar a realidade de uma forma tão utópica e onírica que seria incompreendido pelas outras pessoas. Busco ser incompreendido, e ter apenas nesse amante imaginário alguém que me compreenda; uma companhia eterna no íntimo de meu cérebro. Sem abandono, sem calafrio...
A fera mostra os dentes, e ela sorri.
domingo, 12 de setembro de 2010
Neighborhood #1
Eu não gosto de dizer o nome de alguém que gosto muito para os outros quando essa paixão é de certa forma anônima ou não correspondida. É um ciúme idiota, mas parece que se conhecidos descobrissem o nome dessa pessoa, isso seria suficiente para roubá-la de mim (sem nunca nem ao menos ela ter sido minha). Também o fato de outros descobrirem minha paixão por um pessoa parece criar uma certa expectativa a mais, um olhar crítico e a corrupção de toda a beleza da paixão anônima.
O amor em anonimato é algo simples, é uma idealização sem compromisso, é um gostar que não quer se revelar; quando esses sentimentos vêm a tona temos que encarar a dura realidade das relações humanas (que não possuem fórmula nem estrutura), a dura realidade do antagonismo romântico que pode ser tanto benévolo quanto malévolo.
O amor em anonimato é algo simples, é uma idealização sem compromisso, é um gostar que não quer se revelar; quando esses sentimentos vêm a tona temos que encarar a dura realidade das relações humanas (que não possuem fórmula nem estrutura), a dura realidade do antagonismo romântico que pode ser tanto benévolo quanto malévolo.
la vie et la mort du bonheur
Nadava, nadava com todas as suas forças para conseguir tirar aquele corpo que se afogava das profundezas do oceano. A costa ainda estava longe, mas ele não podia desistir agora; o corpo parecia um peso morto, a pessoa já havia sufocado tanto que estava desmaiada. Depois de muito esforço conseguiu finalmente chegar à praia, algumas pessoas que estavam por perto vieram socorrer o afogado enquanto ele, o salvador, se atirou na areia maldizendo sua incapacidade de salvá-lo, jurava que não existiam esperanças. Foi quando escutou aquele respirar profundo de quem acabou de escapar de um afogamento, seguido de tosse. Levantou-se para olhar o rosto da pessoa...
Espantou-se com o que viu e, por algum tempo, achou que estava a ver coisas. Coçou os olhos e fitou a pessoa mais uma vez... não, não era ilusão, aquela pessoa realmente era ele mesmo. Sentia-se fragmentado e aquela fisionomia era apenas um dos pedaços de coisas que ele havia perdido.
Nadou, nadou e nadou; mas não morreu na praia.
Espantou-se com o que viu e, por algum tempo, achou que estava a ver coisas. Coçou os olhos e fitou a pessoa mais uma vez... não, não era ilusão, aquela pessoa realmente era ele mesmo. Sentia-se fragmentado e aquela fisionomia era apenas um dos pedaços de coisas que ele havia perdido.
Nadou, nadou e nadou; mas não morreu na praia.
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quinta-feira, 9 de setembro de 2010
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
meiose
Cada decisão tomada corrompe as possibilidades, cada decisão tomada é mais uma boca que morde e arranca pedaço do espírito fluido da juventude.
"A juventude é a única coisa que vale a pena possuir. (...) Nos degeneramos em fantoches repugnantes, assediados pela lembrança de paixões a que muito tememos e pelas tentações exóticas a que não tivemos coragem de nos entregar."
(O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde)
"A juventude é a única coisa que vale a pena possuir. (...) Nos degeneramos em fantoches repugnantes, assediados pela lembrança de paixões a que muito tememos e pelas tentações exóticas a que não tivemos coragem de nos entregar."
(O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde)
anca
Via-se refletido no espelho e, apesar da margem de erro, não conseguia parar de sonhar com as possibilidades que aquele encontro consigo poderia proporcionar. Esperou sua vida inteira por um momento assim, poder conhecer um protótipo de si, o mesmo molde que poderia tomar caminhos diferentes e ser melhor do que ele jamais foi. Via naquele reflexo um sonho de criança, o sonho de Narciso tornando-se realidade, via toda a possibilidade que aquele momento conspirado estava lhe proporcionando. Via-se refletido no espelho.
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quinta-feira, 2 de setembro de 2010
giro
A boa literatura faz minha mente efervescer em ludíbrios por querer, desesperadamente, ser genial também.
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