domingo, 12 de setembro de 2010

la vie et la mort du bonheur

Nadava, nadava com todas as suas forças para conseguir tirar aquele corpo que se afogava das profundezas do oceano. A costa ainda estava longe, mas ele não podia desistir agora; o corpo parecia um peso morto, a pessoa já havia sufocado tanto que estava desmaiada. Depois de muito esforço conseguiu finalmente chegar à praia, algumas pessoas que estavam por perto vieram socorrer o afogado enquanto ele, o salvador, se atirou na areia maldizendo sua incapacidade de salvá-lo, jurava que não existiam esperanças. Foi quando escutou aquele respirar profundo de quem acabou de escapar de um afogamento, seguido de tosse. Levantou-se para olhar o rosto da pessoa...

Espantou-se com o que viu e, por algum tempo, achou que estava a ver coisas. Coçou os olhos e fitou a pessoa mais uma vez... não, não era ilusão, aquela pessoa realmente era ele mesmo. Sentia-se fragmentado e aquela fisionomia era apenas um dos pedaços de coisas que ele havia perdido.

Nadou, nadou e nadou; mas não morreu na praia.

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